Albert Sabin automatiza teste do suor e acaba com fila de espera

29 de julho de 2016 - 14:33

Sex, 29 de Julho de 2016 11:33

O Hospital Infantil Albert Sabin, da rede pública do Governo do Estado, modernizou o teste do suor e dobrou o número de pacientes atendidos, de 80 para 160 ao mês. O aumento é resultado dos investimentos feitos na aquisição do aparelho chamado ChloroCheck, com recursos do Governo do Ceará, no valor de U$ 20,941.00, O novo equipamento automatizou o processo que antes era feito de forma manual. “Ganhamos em rapidez e qualidade”, disse a coordenadora do Laboratório de Análises Clínicas do Albert Sabin, a bioquímica Vânia Feijó.

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Os avanços já são comemorados pelas famílias dos pacientes. Ana Raquel Xavier, por exemplo, chegou ao Hospital Albert Sabin antes das 6h de quinta-feira (28), diretamente do município de Barbalha, a 575 km de Fortaleza. O motivo, foi a preocupação com a saúde do filho mais novo, Felipe Kauê, que sofre de asma grave desde o nascimento e precisava realizar o teste do suor para medir o nível de cloro no organismo.

“Pensava em ir para casa hoje e voltar para buscar o exame semana que vem”, disse Ana Raquel, que se surpreendeu ao descobrir que já teria o resultado no dia seguinte A família, então, passou a estudar a possibilidade de permanecer em Fortaleza por mais um dia. “O que mais quero é o resultado, a gente se tranquiliza mais rápido. A suspeita da médica ela já me disse, ela quer saber se tem algo mais associado a asma. Eu quero que ele fique bem. Eu vim até aqui e vou até a China se for preciso para saber o que é e tratar”, disse a mãe abraçada ao filho de quatro anos.

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A tranquilidade também era o objetivo da mãe de Isabele Silva Santos, de apenas um ano. “Nós viemos semana passada de Mauriti, a 491 km de Fortaleza, e fizemos o teste na quinta-feira e recebemos o resultado. Graças a Deus deu negativo. Fizemos porque o teste do pezinho deu alterado, mas os sintomas que a médica disse, ela não tem. Aí voltamos hoje para repetir o exame e já vamos voltar para casa”, explicou a mãe da criança, Cícera Bertoldo da Silva.

O exame

O teste do suor é capaz de diagnosticar a fibrose cística. A doença, também conhecida como mucoviscidose, é genética, hereditária e tem como principal característica o acúmulo de secreções que afetam os aparelhos respiratórios, pulmonares e as glândulas sudoríparas. Os principais sintomas são entupimento do intestino, dificuldade para ganhar peso, tosse com secreção, desidratação sem motivo aparente, diabetes e infertilidade. Mas tudo isso, pode ser tratado se houver um diagnóstico preciso e o acompanhamento adequado.

De acordo com a coordenadora do Laboratório de Análises Clínicas do Albert Sabin, o exame é realizado a partir do encaminhamento de gastroenterologistas ou pneumologistas, todas as terças e quintas-feiras. “Eles encaminham porque essas crianças sofrem de infecções por repetição”, fala. A diferença no teste realizado no Albert Sabin para aqueles existentes na rede particular é a metodologia. No hospital, o teste do suor é realizado por meio da aplicação de pilocarpina (colírio usado para tratar ressecamentos) na pele, seguida da liberação de uma amperagem de três volts durante cinco minutos.

Com a nova aparelhagem, o método continua o mesmo. Mas, o processo mudou. Agora, após a pilocarpina e a amperagem, o suor é colhido por meio de uma pulseira e não mais por uma bandagem. O suor pode ser visto a olho nu na pulseira e, com o auxílio de uma seringa, já é encaminhado para análise do ChloroChek, a qual leva menos de dois minutos. As análises são realizadas às quintas-feiras.

Os reagentes e materiais utilizados agora também são importados. O hospital adquiriu um pacote no valor de R$ 109 mil para garantir os exames por, pelo menos, um ano. “O exame revela três níveis. Um que vai até 40 pontos e aí está normal. Um de 60 que é o chamado ‘border line’, está no limite, a gente repete o teste. E, se for mais 60, já é reagente para fibrose cística”, explica Vânia Feijó.

A coordenadora ressalta que, antes da aquisição, os testes eram realizados nos dois braços de cada paciente. Então, apesar de atender 80 pacientes, eram feitos 160 exames para garantir a qualidade do resultado. Considerando que os médicos sempre solicitam a repetição em um segundo momento, eram feitos 320 exames por mês, para somente 80 pacientes. Agora, não é mais necessário fazer o teste nos dois braços, e o tempo de análise diminuiu. Possibilitando, assim, aumentar o atendimento. “Acabamos com toda nossa demanda reprimida”, afirmou. O Hospital Albert Sabin é o único hospital da rede pública a realizar o teste do suor. E o único em todo o Ceará a utilizar essa metodologia, considerada a mais eficiente.

Fotos: Assessoria de Comunicação do HIAS

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29.07.2016

Diana Vasconcelos
Assessora de Comunicação do HIAS
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