Atenção especial ao idoso

15 de abril de 2009 - 03:00

É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária (Lei 10.741, art. 3º, de 01/10/2003). Pela legislação brasileira, são considerados idosos todos aqueles com 60 anos ou mais de idade. O progresso da medicina tem trazido grandes benefícios à saúde da população, com um aumento expressivo da expectativa de vida. Os idosos representam cerca de 9% da população brasileira, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas próximas duas décadas, a população idosa do Brasil poderá dobrar, passando de aproximadamente 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade para cerca de 30 milhões, conforme estimativa do IBGE. Segundo dados desse mesmo instituto de pesquisa, no ano de 2030 o Brasil terá a sexta população do mundo com maior número absoluto de idosos.

 

 

Por outro lado, vivemos em meio a uma gama enorme de problemas que envolvem a área de saúde. A questão do idoso é um dos dilemas de difícil solução, principalmente devido à idéia preconcebida e estigmatizada de que o idoso é caracterizado, dentre outros aspectos, pela decadência física e a ineficiência para assumir papéis sociais. Além disso, existe a falta de planejamento para se instituir um programa abrangente e eficiente, voltado para o denominado público da terceira idade.

Nesse sentido, é necessário e urgente que se institua políticas públicas de saúde voltadas para essa população, privilegiando a prevenção e tratamento das doenças próprias da idade, propiciando-lhes eficiência, vitalidade, comodidade e respeito no atendimento, enfim, melhor qualidade de vida. O Sistema Único de Saúde tem políticas voltadas para o idoso, priorizando-o e buscando meios para melhor atendê-lo. No entanto, em face do acentuado crescimento do número de idosos em relação à população total, um atendimento público de saúde especializado é muitas vezes incompatível com os recursos financeiros disponíveis. Existe, portanto, uma lacuna ainda muito grande a ser preenchida e um elevado déficit no atendimento, que deve ser tratado como prioridade pelo poder público.

A população do estado do Ceará acompanha a mesma tendência nacional de elevação de sua expectativa de vida e, por conseguinte, também há necessidade de uma atenção prioritária e mais especializada em relação ao idoso, principalmente no campo da saúde. Além de ser um público que precisa efetivamente de mais cuidados com a saúde, ao elegê-lo como prioridade, o poder público estará não só prestando um atendimento cidadão, mas também contribuindo para racionalizar seus gastos com saúde. No âmbito do serviço público do estado do Ceará, observa-se que 19% do total de beneficiários do Instituto de Saúde dos Servidores do Estado do Ceará – ISSEC (ex IPEC) são idosos, que consomem 42% do custo total do atendimento de saúde realizado pelo Instituto.

Diante dessa realidade, o ISSEC, como órgão que presta assistência à saúde do servidor público estadual, encontra-se em fase de elaboração de um Plano de Saúde voltado para o Servidor Público e seus dependentes, focalizando com destaque o atendimento ao idoso, procurando oferecer um serviço de qualidade e uma ampla rede de atendimento, no mesmo nível dos mais reconhecidos planos de saúde do país.

Flávio Barbosa Moreira da Rocha

Fonte: Revista Ceará gestão Pública – Nro. 3